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Natal 2

 
 
02 – NATAL
 
Natal! Grande bolo à mesa.
A árvore linda em festa.
O brilho da noite empresta;
Regozijo ao coração...
 
É como se a Natureza
Trouxesse Belém de novo
Para os júbilos do povo
Em doce fulguração.
 
Tudo é bênção que se enflora,
De envolta na melodia
Da luminosa alegria
Que te beija a segue além...
 
Mas se reparas, lá fora,
O quadro que tumultua,
Verás quem passa na rua
Sem ânimo e sem ninguém.
 
Contemplarás pequeninos
De faces agoniadas,
Pobres mães desesperadas,
Doentes em chaga e dor...
 
E, ajudando aos peregrinos
Da esperança quase morta,
Talvez enxergues à porta
O Mestre pedindo amor.
 
É sim!... É Jesus que volta
Entre os pedestres sem nome,
Dando pão a quem tem fome,
Luz às trevas, roupa aos nus!
 
Anjo dos Céus sem escolta,
Embora a expressão serena,
Tem nas mãos com que te acena
Os tristes sinais da cruz.
 
Natal! Reparte o carinho
Que te envolve a noite santa
Veste, alimenta e levanta
O companheiro a chorar.
 
E, na glória do caminho
Dos teus gestos redentores,
Recorda por onde fores
Que o Cristo nasceu sem lar.
 
(Francisco Cândido Xavier por IRENE S. PINTO. In:  ANTOLOGIA MEDIÚNICA DO NATAL)
(figura: Alice Lirios)
 

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