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MÉDIUM INESQUECÍVEL

MÉDIUM INESQUECÍVEL
Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Seara dos Médiuns. Lição nº 32. Pagina 107.
Reunião pública de 06/05/1960 - Questão nº 231.Parágrafo 1º.
Estudos e Dissertações em torno da Substância Religiosa de O Livro dos Médiuns.

Estudando mediunidade e ambiente, recordemos um dos Médiuns Inesquecíveis dos dias apostólicos: Paulo de Tarso.
Em torno dele, tudo era contra a Luz do Evangelho.
A sombra do fanatismo e da crueldade não se instalara apenas no Sinédrio, onde se lhe situava a corte dos mentores e amigos, mas também nele próprio, transformando-o em perigoso instrumento da perseguição e da morte.
Feria, humilhava e injuriava a todos os que não pensassem pelos princípios que lhe norteavam a ação.
Mas, desabrocha-lhe a Mediunidade inesperadamente.
Vê Jesus redivivo e escuta-lhe a voz.
Aterrado, reconhece os enganos em que vivera.
Entretanto, não perde tempo em lamentações inúteis.
Não sucumbe desesperado.
Não se confia à volúpia da autocondenação.
Não foge à luta pela renovação intima.
Percebe que não pode recolher, de pronto, a simpatia da família espiritual de Jesus, mas não se sente fracassado por isso.
Observa a extensão dos próprios erros, mas não se entrega ao remorso vazio.
Empreende, com sacrifício, a viagem da própria renovação.
Para tanto, não reclama a cooperação alheia, mas dispõe-se, ele mesmo, a colaborar com os outros.
Encontra imensas dificuldades para a iluminação da alma; no entanto, não esmorece na luta.
Segundo a palavra fiel do Novo Testamento, é açoitado e preso, várias vezes, pelo amor com que ensinava a verdade, mas, em contraposição, na Licaônia e na Macedônia, foi tido como sendo “Mercúrio” encarnado e “Servo do Pai Altíssimo”.
Não se sente, todavia, esmagado pela flagelação ou confundido pelo êxito.
Tolera assaltos e elogios como o pagador correto, interessado no resgate das próprias contas.
Diz ainda a Boa-Nova que “Deus operava maravilhas pelas mãos dele”; entretanto, ele próprio declara trazer consigo “um espinho na carne”, que o obriga a viver em provação permanente.
E enquanto o corpo lhe permite, dá testemunho da realidade espiritual, combatendo ignorância e superstição, maldade e orgulho, tentação e vaidade.
Nem ouro fácil.
Nem privilégios.
Nem cidadela social.
Nem apoio político.
Ele e o tear que o ajudava a sustentar-se ficaram, através dos séculos, como símbolo perfeito de influência pessoal e meio adverso, ensinando-nos a todos, principalmente a nós outros, encarnados e desencarnados de todos os tempos, que podemos pedir orientação, falar em orientação, examinar os sistemas de orientação mas que, acima de tudo, precisamos ser a própria orientação em nós mesmos.

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