Pular para o conteúdo principal

FALTAS OCULTAS

FALTAS OCULTAS

Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Livro: Fé, Paz, Amor. Lição nº 06. Página 38.

 

De modo geral, o delinquente confesso sofre, de imediato, a sentença que lhe é cominada pelos tribunais de justiça, recolhendo-se ao cárcere expiatório ou à penitenciária reeducativa.

A pública humilhação do banimento social de que se vê objeto, muita vez, nele sazona os frutos amargos do remorso, preparando-lhe, em breve tempo, a marcha reparadora.

Entretanto, quase todos nós, na experiência da vida física, somos portadores de faltas ocultas que o magistrado terrestre não conheceu.

De permeio com a nossa plantação de esperança e boa vontade, por isso mesmo, ressurgem na Vida Espiritual, carreando conosco a úlcera escondida de nossa frustração, reclamando remédio e tratamento.

Semelhantes lacunas quase sempre decorrem de antigos desafetos que acalentamos deliberadamente no instituto doméstico, de tendências inferiores que nada fazemos por extirpar; de vícios disfarçados que nos deformam o sentimento ou de atos clamorosos de ingratidão ou injustiça que perpetramos na senda rotineira; na defensiva do próprio orgulho ou na calamitosa preservação do egoísmo que nos assinala.

Com elas projetamos nas existências alheias impactos de enfermidade e desgosto, desânimo e treva que são debitados à nossa conta.

Em verdade, no Mais Além, pelo amparo dos benfeitores prestigiosos que conquistamos, a paz e a beleza, o reconforto e a alegria tecem o doce ambiente que nos rodeia por fora; todavia, adentro de nós, a consciência erigida em reto juiz não nos perdoa, convocando-nos à confissão voluntária, tanto quanto ao pedido urgente de reajuste.

É por isso que, muitas vezes, em ampla floração de prosperidade material, na Terra, somos visitados por moléstias soezes, quando não somos surpreendidos por insucessos e desgostos, empecilhos e lágrimas, e é ainda por essa razão que, em plenitude de mocidade, muita vez conhecemos a morte dos mais belos sonhos e das mais altas aspirações, padecendo contratempos e dificuldades, a fim de seguir avante em escabrosos trilhos para o futuro.

Aproveitemos o tempo na lavoura do bem que nunca desfalece, porque muitos de nós trazemos da grande retaguarda as chagas imanentes de delinquência oculta, reclamando-nos hoje o exercício da caridade incessante e da renúncia sem limites para que o amanhã alvoreça na estrada como benção de Deus sobre o nosso porvir.

 

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pacifica Sempre

70 - PACIFICA SEMPRE   "Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus." - Jesus (MATEUS, 5:9)       Por muitas sejam as dores que te aflijam a alma, asserena-te na oração e pacifica os quadros da própria luta.     Se alguém te fere, pacifica desculpando.     Se alguém te calunia, pacifica servindo.     Se alguém te menospreza, pacifica entendendo.     Se alguém te irrita, pacifica silenciando.     O perdão e o trabalho, a compreensão e a humildade são as vozes inarticuladas de tua própria defesa.     Golpes e golpes são feridas e mais feridas.     Violência com violência somam loucura.     Não ergas o braço para bater, nem abras o verbo para humilhar.     Diante de toda perturbação, cala e espera, ajudando sempre.     O tempo sazona o fruto verde, altera a feição do charco,...

Retrato de Mãe, Maria Dolores/Chico Xavier

  "- Não ouvistes falar em Judas, o traidor? Sou eu que aniquilei a vida do Senhor!..."   Maria Dolores Francisco Cândido Xavier Depois de muito tempo,  sobre os quadros sombrios do calvário.  Judas, cego no além, errava solitário...  Era triste a paisagem, o céu era nevoento...  Cansado de remorso e sofrimento,  Sentara-se a chorar...  Nisso, nobre mulher de planos superiores,  Nimbada de celestes esplendores,  Que ele não conseguia divisar,  Chega e afaga a cabeça do infeliz.  Em seguida, num tom de carinho profundo,  Quase que em oração ela diz:  - Meu filho, porque choras? Acaso não sabeis? – replica o interpelado,  Claramente agressivo.  Sou um morto e estou vivo.  Matei-me e novamente estou de pé,  Sem consolo, sem lar, sem amor e sem fé...  Não ouvistes falar em Judas, o traidor?  Sou eu que aniquilei a vida do Senhor...  A princípio, julguei poder fazê-lo rei,  Mas apena...

"MÃE" - De Chico Xavier, Por Emmanuel.

MÃE Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Mãe - Antologia Mediúnica. Página 107.   "Honrarás pai e mãe" – a Lei determina. Não te esqueças, porém, de que nove meses antes que os outros te vissem a face, a tua presença na Terra era um segredo da vida, entre o devotamento e o Mundo Espiritual. Na juventude ou na madureza, lembrar-te-ás da mulher frágil que, sendo moça, envelheceu, de repente, para que desabrochasses à luz, e trazendo o ideal da felicidade como sendo uma taça transbordante de sonhos, preferiu trocá-los por lágrimas de sofrimento, para que tivesses segurança no berço. Agradecerás a todos os benfeitores do caminho, mas particularmente a ela que transfigurou em força a própria fraqueza, a fim de preservar-te. Quando o mundo te aclama a cultura ou o poder, o renome ou a fortuna, recorda aquela que não apenas te assegurou o equilíbrio, ensinando-te a caminhar, mas também atravesso...