Pular para o conteúdo principal

OURO E CARIDADE


 
Ouro e Caridade
 
         O ouro de Tibério brilhava nas magnificências de Capri, mas, desapareceu na bolsa de desapiedados legionários, que faziam da violência o roteiro do despotismo.
          A caridade de Cristo, sem ouro que lhe plasmasse a grandeza, até hoje, é a luz que orienta o caminho das nações.
         O ouro de Nero garantia o esplendor de Roma imperial, entretanto, a breve tempo, converteu-se em perseguição e fogueira, incentivando a delinquência e a destruição.
         A caridade dos apóstolos do Evangelho, sem ouro que lhes emoldurasse a humildade, construiu a resistência de três séculos de martírio, nos quais os ladinos da Boa Nova lastrearam, a preço de sangue  e sacrifício, os alicerces da fé cristã, que representa a mais alta conquista do mundo.
         O ouro da corte de Luiz XIII era fastígio e poder, no centro da Europa, mas recolheu-se, na retaguarda do progresso, à feição de poeira brilhante na pompa gelada dos museus.
         A caridade de Vicente de Paulo, sem ouro que lhe estabilizasse o esquema de serviço, ainda agora é clarão vigoroso e sublime, inspirando epopeias de bondade e renúncia.
         Sem dúvida, o ouro é criação do Senhor a serviço do homem, todavia, só o amor ao próximo é suficientemente grande para gerar com ele a bênção do trabalho e a riqueza da cultura, o socorro do entendimento e o tesouro do bem.
         Não recuses o concurso do ouro digno que te visita as mãos, sem lágrimas do sofrimento alheio, mas não te esqueças de ungi-lo no balsamo da compreensão e da bondade, a fim de que estejamos aproveitando e prestigiando os empréstimos da via, que nos são provisoriamente confiados pelo amor infinito de Deus.   
 
         Do livro: Monte Acima
            Emmanuel/Francisco C. Xavier
 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pacifica Sempre

70 - PACIFICA SEMPRE   "Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus." - Jesus (MATEUS, 5:9)       Por muitas sejam as dores que te aflijam a alma, asserena-te na oração e pacifica os quadros da própria luta.     Se alguém te fere, pacifica desculpando.     Se alguém te calunia, pacifica servindo.     Se alguém te menospreza, pacifica entendendo.     Se alguém te irrita, pacifica silenciando.     O perdão e o trabalho, a compreensão e a humildade são as vozes inarticuladas de tua própria defesa.     Golpes e golpes são feridas e mais feridas.     Violência com violência somam loucura.     Não ergas o braço para bater, nem abras o verbo para humilhar.     Diante de toda perturbação, cala e espera, ajudando sempre.     O tempo sazona o fruto verde, altera a feição do charco,...

Retrato de Mãe, Maria Dolores/Chico Xavier

  "- Não ouvistes falar em Judas, o traidor? Sou eu que aniquilei a vida do Senhor!..."   Maria Dolores Francisco Cândido Xavier Depois de muito tempo,  sobre os quadros sombrios do calvário.  Judas, cego no além, errava solitário...  Era triste a paisagem, o céu era nevoento...  Cansado de remorso e sofrimento,  Sentara-se a chorar...  Nisso, nobre mulher de planos superiores,  Nimbada de celestes esplendores,  Que ele não conseguia divisar,  Chega e afaga a cabeça do infeliz.  Em seguida, num tom de carinho profundo,  Quase que em oração ela diz:  - Meu filho, porque choras? Acaso não sabeis? – replica o interpelado,  Claramente agressivo.  Sou um morto e estou vivo.  Matei-me e novamente estou de pé,  Sem consolo, sem lar, sem amor e sem fé...  Não ouvistes falar em Judas, o traidor?  Sou eu que aniquilei a vida do Senhor...  A princípio, julguei poder fazê-lo rei,  Mas apena...

"MÃE" - De Chico Xavier, Por Emmanuel.

MÃE Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Mãe - Antologia Mediúnica. Página 107.   "Honrarás pai e mãe" – a Lei determina. Não te esqueças, porém, de que nove meses antes que os outros te vissem a face, a tua presença na Terra era um segredo da vida, entre o devotamento e o Mundo Espiritual. Na juventude ou na madureza, lembrar-te-ás da mulher frágil que, sendo moça, envelheceu, de repente, para que desabrochasses à luz, e trazendo o ideal da felicidade como sendo uma taça transbordante de sonhos, preferiu trocá-los por lágrimas de sofrimento, para que tivesses segurança no berço. Agradecerás a todos os benfeitores do caminho, mas particularmente a ela que transfigurou em força a própria fraqueza, a fim de preservar-te. Quando o mundo te aclama a cultura ou o poder, o renome ou a fortuna, recorda aquela que não apenas te assegurou o equilíbrio, ensinando-te a caminhar, mas também atravesso...